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Gasolina fica R$ 0,41 mais cara nas refinarias a partir de hoje e deve impactar inflação

O aumento do preço da gasolina e do diesel passa a valer para as distribuidoras nesta quarta-feira (16). O litro de gasolina, que tinha preço médio de R$ 2,52, sofrerá uma elevação de 16,3%, o que corresponde a um acréscimo de R$ 0,41, subindo para R$ 2,93. O litro do diesel vai ter aumento de 25,8% na venda nas refinarias, passando de R$ 3,02 para R$ 3,80, um acréscimo de R$ 0,78.

O reajuste, anunciado nesta terça (15) pela Petrobras, é considerado “grande” pelo BC (Banco Central). O presidente do órgão, Roberto Campos Neto, afirmou que esse novo dado tem impacto sobre a inflação e vai levar o BC a revisar suas projeções para o comportamento dos preços. about:blank

Ele disse que o reajuste da gasolina tem impacto direto sobre o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e deve gerar, entre agosto e setembro, uma elevação de 0,40 ponto percentual no indicador, considerado a inflação oficial do país. O diesel, segundo Campos Neto, afeta o índice indiretamente.

Esse é o primeiro aumento anunciado pela Petrobras desde a extinção da política de paridade internacional dos combustíveis, em maio. Depois dessa decisão, os valores só tiveram quedas. A variação do preço de venda de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras acumulada no ano apresenta uma redução de R$ 0,15 por litro.

“Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, de R$ 2,14 a cada litro vendido na bomba”, afirma a companhia.

Para André Ângelo, estrategista de inflação da Warren Rena, a alta nas bombas será de R$ 6,325.

O litro do diesel foi elevado em R$ 0,78 (25,8%), passando de R$ 3,02 para R$ 3,80. “Considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, de R$ 3,34 a cada litro vendido na bomba”, reforça a empresa.

Os reajustes dos combustíveis já eram defendidos pelos agentes do mercado há algumas semanas, devido à forte valorização do petróleo no mercado internacional. Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço da gasolina nos polos da Petrobras encontra-se defasado em R$ 0,90 (-27%), e o do diesel, em R$ 1,18 (-28%).

No anúncio das altas, a Petrobras disse que, ao extinguir o PPI, incorporou parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística na sua precificação. “Em um primeiro momento, isso permitiu que a empresa reduzisse seus preços de gasolina e diesel e, nas últimas semanas, mitigasse os efeitos da volatilidade e da alta abrupta dos preços externos, propiciando período de estabilidade de preços aos seus clientes.”

Ao divulgar o reajuste, a estatal explicou: “Ciente da importância de seus produtos para a sociedade brasileira, a companhia reitera que, na formação de seus preços, busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”.

Sobre outros possíveis reflexos na economia, Campos Neto disse que o BC continua a avaliar o comportamento da inflação dos serviços e afirmou que ela começou a cair. O presidente do banco voltou a dizer que a descrença do mercado no cumprimento de metas fiscais pelo governo tem impacto sobre a política monetária.

“Isso tem uma implicação muito grande para a ancoragem da política monetária. Geralmente, quando você tem o mercado que não acredita no que o governo vai fazer no fiscal, você tem uma implicação para o equilíbrio da inflação, e [isso] faz com que, na verdade, o seu processo de queda de juro seja mais difícil e menos estável ao longo do tempo”, finalizou.

Fonte: R7

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