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Manipulação na Série B: perguntas e respostas sobre o esquema que envolvia jogadores e apostadores

A operação “Penalidade Máxima”, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) na última terça-feira, revelou um esquema de manipulação de resultados em três jogos da rodada final da Série B do Campeonato Brasileiro do ano passado feito por meio de apostas esportivas.

Em formato de FAQs (acrônimo da expressão inglesa “Frequently Asked Questions”, que em tradução livre pode significar “Respostas para Perguntas Frequentes”), o ge responde algumas questões sobre o esquema.

O que é a investigação do MP?

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) investiga a manipulação de resultados em três jogos da 38ª rodada da Série B do ano passado. Segundo o promotor de Justiça Fernando Martins Cesconetto, os jogadores envolvidos deveriam cometer pênaltis no primeiro tempo das partidas.

Quem são os envolvidos?

Romário, ex-jogador do Vila Nova, e Matheusinho, e ex-jogador do Sampaio Corrêa, são dois dos envolvidos. Além deles, segundo o jornal O Popular, também participou do esquema o zagueiro Joseph, do Tombense, e o volante Gabriel Domingos, do Vila Nova, que teria emprestado a conta bancária para Romário receber o adiantamento.

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Romário, volante do Vila Nova — Foto: Roberto Corrêa/Vila Nova

Quem fez a denúncia?

 

O Vila Nova, clube onde Romário atuava, fez a denúncia ao Ministério Público. O presidente do Vila, Hugo Jorge Bravo, afirmou que tomou conhecimento do fato por pessoas de fora do clube e que passou a ir atrás dos envolvidos. Hugo Jorge Bravo conversou com Romário e com o suposto agente responsável pelo esquema.

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Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova, foi o responsável pela denúncia ao MP — Foto: Wildes Barbosa/O Popular

Quais jogos estavam envolvidos?

 

Vila Nova x SportSampaio Corrêa x Londrina e Criciúma x Tombense, todos pela 38ª rodada da Série B do ano passado.

Há a possibilidade de outros jogos terem sido manipulados?

 

Sim. O Ministério Público vai continuar com a investigação.

Como funcionava o esquema?

 

Os jogadores envolvidos deveriam cometer pênaltis no primeiro tempo dos três jogos em questão para que a aposta fosse vencedora. Dos três jogos investigados, apenas em Vila Nova x Sport não houve marcação de pênalti no primeiro tempo, já que Romário não foi relacionado para a partida.

– Como no jogo do Vila Nova não houve o pênalti, mas houve o pagamento do sinal (R$ 10 mil) para o jogador envolvido, o apostador passou a cobrar excessivamente o atleta pelo prejuízo causado, já que nos outros jogos houve o pênalti, e os atores envolvidos esperavam receber cada um R$ 150 mil – explicou o promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Fernando Martins Cesconetto.

Quanto os jogadores receberiam?

R$ 150 mil no total, sendo R$ 10 mil como adiantamento e R$ 140 mil após o êxito da aposta.

Quanto os apostadores projetavam faturar?

A estimativa era de R$ 2 milhões, segundo o Ministério Público.

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Um dos jogos envolvidos no esquema foi Criciúma x Tombense — Foto: Reprodução/Premiere

Alguém foi preso?

 

Um empresário foi preso temporariamente, em São Paulo, suspeito de ser responsável pelas apostas e de intermediar contatos com jogadores.

Em quais crimes os envolvidos podem ser enquadrados?

 

Associação criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção em âmbito esportivo.

Os clubes podem ser penalizados?

Não. O Ministério Público isentou os clubes de qualquer participação no esquema.

Onde estão os jogadores?

Romário foi dispensado do Vila Nova ainda em 2022 e teve uma rápida passagem pelo Goiânia em 2023. Gabriel Domingos permanece no clube goiano. Mateusinho deixou o Sampaio Corrêa e fechou com o Cuiabá. Joseph continua no Tombense.

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Mateusinho, lateral do Cuiabá — Foto: AssCom Dourado

Quais os próximos passos?

A investigação vai continuar com análise do material apreendido nas buscas. Existe a suspeita de que jogos disputados já em 2023 também estejam envolvidos em esquemas de manipulação.

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Joseph, zagueiro do Tombense — Foto: Vcitor Souza/Tombense

O que diz a CBF?

A CBF apoia a iniciativa do Ministério Público do Estado de Goiás e está à disposição das autoridades para contribuir com as investigações. A entidade trabalha diariamente para combater a manipulação de resultados no futebol. A CBF informa que tem contrato com a Sportradar, líder mundial em prevenção, detecção e inteligência na preservação da integridade dos jogos, para monitorar e garantir proteção em relação a fraudes esportivas.

O que diz o Vila Nova?

 

O Vila Nova Futebol Clube informa que auxilia, na condição de denunciante, o Ministério Público do Estado de Goiás, que através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e do Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos do Futebol (GFUT), deflagrou a Operação Penalidade Máxima na manhã desta terça-feira (14).

O Vila Nova Futebol Clube aguarda a manifestação do MP/GO com mais informações e ressalta seu papel colaborativo e o compromisso com valores éticos, morais e de lisura que são princípios do clube e do esporte.

O que diz o Sampaio Corrêa?

O Sampaio Corrêa apoia as investigações, e espera que tudo seja devidamente esclarecido. O clube ressalta que não compactua com nenhum tipo de atitude que ultrapasse as quatro linhas do campo, e frisa que cada um dos supostos envolvidos responda pelos seus atos e arque com as consequências.

O presidente Sergio Frota destaca que o Sampaio, no lance em questão, foi duplamente prejudicado, pois na sequência o atacante Gabriel Poveda marcou um gol, anulado com o auxílio do VAR para a revisão da jogada. O pênalti então foi marcado para o Londrina.

O que diz o Tombense?

 

Procurado pelo ge, o presidente do Tombense, Lane Gaviolle, informou que o clube não foi notificado. Caso a notificação aconteça, o mandatário informou que o Tombense tomará as medidas cabíveis.

As defesas dos jogadores envolvidos não foram localizadas.

Fonte: Globo Esporte

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