Três médicos pediram demissão do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) depois da decisão da justiça de pedir a prisão do diretor médico ou do plantonista caso eles não conseguissem transferir um paciente em estado grave para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A direção do hospital disse que conseguiu contornar a situação e convencê-los de permanecer na equipe.

“Coordenadores de UTI pedindo demissão por conta dessas ordens judiciais. Se isso se tornar uma rotina, mais médicos plantonistas da UIT irão pedir demissão e esses setores serão bloqueados”,afirmou o médico Fábio Marcos, diretor clínico do HUT.

Nesta quarta-feira (6) a Justiça do Piauí determinou a prisão de um médico plantonista do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) caso ele não conseguisse uma vaga em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para um paciente em estado grave.

O juiz determinou na decisão que caso a determinação não seja cumprida, o diretor da unidade e o médico plantonista poderiam ser conduzidos à Central de Flagrantes e responsabilizados criminalmente por prevaricação, além de pagarem multa de R$ 1 mil por dia de descumprimento da decisão.

Em média, o HUT recebe por dia quatro liminares exigindo vagas para determinados pacientes na UTI. Revoltados com a situação, o Conselho Regional de Medicina do Piauí afirmou que irá acionar o Conselho Nacional de Justiça por conta da atitude do juiz responsável pela determinação.

“Nós vamos acionar o CNJ porque entendemos que o juiz tem que ser corrigido e que a própria corregedoria tome algumas medidas com o juiz”, disse o médico Emanuel Fontes, presidente do CRM-PI.

O juiz Édison Rodrigues informou, por meio de nota, que tomou a decisão com base no pedido de um médico do próprio HUT. Que a responsabilidade é do estado, mas, devido a urgência do caso, intimou o primeiro responsável para resolver a situação.