Com a proximidade do B-R-0 Bró, período de sensação térmica mais intensa, a Secretaria Estadual de Defesa Civil do Piauí (SEDEC-PI) já se antecipa e planeja ações para minimizar os efeitos da seca nos próximos meses. As ações que antes priorizavam, diretamente, o consumo humano vão se voltar também para reduzir as percas animais o que tem afetado a economia do Estado.
Segundo a Secretaria Estadual de Defesa Civil, até o momento 190 municípios já decretaram o Estado de Emergência, mas apenas 155 já obtiveram o reconhecimento e estão recebendo o apoio da Secretaria. Cerca de 80 municípios, solicitaram o apoio da Sedec para receber o abastecimento através de carros-pipa, mas o Diretor de Unidade de Defesa Civil, Jerry Herber, teme que a quantidade de carros não consiga atender toda a demanda.
“Estamos preocupados por que o número de carros pipas já não é suficiente para atender a demanda, mas já estamos buscando novas saídas. Temos atuado neste momento com 380 carros pipas do exército e quase 180 da Defesa Civil”, argumenta o Diretor.
A situação se agrava e regiões que antes não necessitavam de abastecimento de carro-pipa estão solicitando. No norte do Estado, municípios como Batalha e Buriti dos Montes sofrem com a seca e fizeram o requerimento junto a Sedec para receber o abastecimento de água.
A água para consumo animal é uma preocupação da Secretaria nos próximos meses. Jerry relata que a Sedec em parceria com municípios e outros órgãos vai buscar equipar poços desativados para atender esta demanda. O diretor também acredita que os poços vão ajudar a diminuir as solicitações de carros-pipa.
“Os prefeitos devem vir à Defesa Civil do Estado trazendo informações sobre esses poços, acompanhadas da ficha técnica, pois sem ela a Defesa Civil não pode equipar os poços. A ficha é necessária para a realização desse trabalho”, comenta.
Estado de Emergência
A Secretaria Estadual de Defesa Civil também adverte com relação aos prazos para ter o decreto de emergência reconhecido. O prefeito tem 10 dias para enviar ao Ministério da Integração Nacional o documento de Avaliação de Danos(Avadan), que registra características da área afetada, os danos humanos, materiais,ambientais e os prejuízos econômicos e sociais provocados pelo desastre.
O diretor de Unidade de Defesa Civil também informa que pode ser feita uma avaliação em que é dividida a receita corrente líquida pelos prejuízos e esse número deve ser superior a 7,33% para o município obter o reconhecimento ou a averiguação em loco junto a órgãos como o IBGE e Emater para que a vistoria seja mais especializada.
“É bom ressaltar que o município deve estar com toda a documentação pronta e deve ser enviada dentro do prazo. Caso o período não seja cumprido, o município perde automaticamente o reconhecimento”, pontua Jerry.
Por Thamyres Sousa/Portal APPM