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Número de homicídios dolosos cresce em abril no Piauí

Segundo dados revelados pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Piauí – Sinpolpi -, o Piauí teve um aumento significativo no número de delitos tipificados como homicídios.

 

No mês de março, o total era de trinta e uma mortes, já no mês de abril esta quantidade saltou para 44 pessoas assassinadas, o que representa uma elevação de cerca de 40%.

 

De acordo com Cristiano Ribeiro, presidente do Sinpolpi, esse número cresceu em baixa proporção se comparado com o mesmo período do ano passado. “Ele é um pouco maior, porque passou de quarenta e dois para quarenta e quatro homicídios em 2013”, afirmou.

 

O Sinpolpi diz que como registrado em algumas pesquisas anteriores, o interior e o litoral tiveram mais crimes do que a capital: 25 casos contra 19 em Teresina. O levantamento mostrou que Miguel Alves está no topo da lista entre as cidades interioranas com um maior índice de violência.

 

Porém, este fato deve ao recente acontecimento ocorrido em uma agência bancária daquela região, que culminou no óbito de 4 pessoas. “Na capital, com certeza, os números tendem a ser mais altos, pela questão da densidade populacional. Mas, às vezes, pode acontecer de o interior ter um maior número de ocorrências”, esclareceu o presidente Cristiano.

 

Esses dados também podem possuir interferências, já que a metodologia usada pelo Sindicato é feita com base nas notícias midiatizadas pelos veículos de comunicação, fazendo com que ela não seja tão precisa, já que há cerca de 3 meses a Delegacia Geral baixou uma portaria que inibe os funcionários do Instituto Médico Legal de Teresina fornecerem informações sobre a entrada de corpos naquele órgão aos repórteres designados a cobrirem a editoria de Polícia dos meios de comunicação.

 

A pesquisa também indicou que mais de um terço das vítimas já tinham passagens ou eram procuradas pela Polícia por cometerem crimes. Em sete casos, por exemplo, as vítimas eram detentos. “Esses dados servem de termômetro para mostrar o quanto a violência vem crescendo.

 

São diversos fatores que ajudam a aumentar os dados, como questões estruturais, da polícia investigativa, polícia ostensiva, militar. Entrando também em outro lado, que é o da falta de investimentos sociais, um papel que o Estado deve fazer”, acrescentou Cristiano.

 

Entre as armas mais utilizadas para cometer os crimes notificados pela Polícia Civil do Estado estão as armas brancas (facões, punhais, facas e foices), armas de fogo e outros instrumentos como pedaços de pau.

 

Mais da metade dos assassinatos foram praticados com armas de fogo, o que, segundo Cristiano, acentua a necessidade de uma discussão em torno dessa problemática. “É o que vem sendo denunciado, que é a questão do uso de armas de fogo.

 

Onde as pessoas estão conseguindo armas com tanta facilidade? Precisamos discutir isso”, indagou o presidente do Sindicato.

Além disso, ele ressalta ainda que um dos elementos que mais contribuem para o aumento dessas práticas delituosas é o tráfico de drogas, já que esta é considerada uma porta de entrada para a execução de outros delitos. “A droga é o adubo para a prática de outros crimes. O álcool também é dos fatores responsáveis por esses crimes”, disse.

 

Apesar da zona Sul ser considerada a área mais violenta de Teresina, um fato constatado há muitos anos, de acordo com Cristiano, isto não anula a necessidade de investimentos em todas as regiões da capital.

 

“O poder público precisa investir mais em todas as regiões, sem dúvida. Mas a zona Sul é a que precisa de uma maior atenção, já que tem uma maior necessidade”, afirmou.

 

A precarização das condições de trabalho também tem dado uma significativa contribuição para o crescimento desses dados alarmantes, o que reflete a importância da destinação de verbas para questões estruturais da Polícia Cívil do Piauí. “Quando estamos bem aparelhados, é claro que isso ajuda para inibir algumas práticas”, finalizou.

 

 

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