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O menino do Fidalgo

O menino do Fidalgo
O menino do Fidalgo

É motivo de muito regozijo para Oeiras ter sido o seu ilustre filho, Welington Dias — Senador da República eleito —, anunciado como Ministro do Desenvolvimento Social do futuro governo Lula a iniciar-se no dia 1° de janeiro vindouro.

Não resta dúvida que o “Menino do Fidalgo”, no dizer do conterrâneo José Hipólito Marinho, o famoso Zé de Helena, de memória imperecível, é o mais destacado político piauiense do Século XXI.

Teve (tem) uma carreira pública — sempre afiançada pelo escrutínio popular — meteórica, a qual me dispenso tecer considerações à vista de sua notoriedade.

Billl0A sua viúva mãe, Dona Teresinha, carismática, continua morando na fazenda Umburana, pertencente ao município de São Miguel do Fidalgo, antiga possessão oeirense.

Umburana fica a curta distância cidade de Paes Landim, nascida do povoado Costa, que foi atrelado a São João do Piauí. Parte de sua família é de lá oriunda.

Salvo engano, estudou o primário no Grupo Escolar Armando Burlamaqui (ou foi no Visconde da Parnaíba?), em Oeiras.

Aqui também fez o curso ginasial na Unidade Escolar Farmacêutico João Carvalho. Já demonstrava liderança no grêmio estudantil.

Integrante do nativo Grupo de Escoteiros Domingos Afonso Mafrense. Na adolescência, era namoradozinho danado. Kátia Moreira, garota disputadíssima pela rapaziada, não me deixa mentir.

Lembro-me ter visto algumas vezes o José Wellington (conhecido assim) encarapitado na carroceria do caminhão de Joaquim Soldador, entre mercadorias e mangaieiros, em demanda ao Banco de Areia (ou de lá retornando), pop anterior denominação de São Miguel do Fidalgo.

A minha convivência com Wellington Dias sempre foi marcada por períodos de paz e guerra. Sempre cuidamos, unicamente, de interesse republicano e de forma respeitosa.

Já desferi acerbas críticas à sua gestão administrativa, o que não me arrependo. De certo houve avanços comunitários em decorrência das nossas tratativas.

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Exemplifico: embora tenha empreendido emergencial recuperação do teto — o que foi providencial para evitar maiores deterioração —, prometeu, mas não fez por onde materializar-se a restauração do monumental prédio em que abrigou a Fábrica de Laticínios dos Campos, hoje, Campinas do Piauí, a primeira do nordeste, criada em 1897.

Ficou devendo este pleito que não é meu porque é de todos. Uma omissão imperdoável, diria. Legítimos e recorrentes apelos lhe foram dirigidos em vão.

Ora, aquele portentoso marco, de belas linhas arquitetônicas e atrativo turístico, bem que poderia servir de centro administrativo e memorial sertanejo, dentre outras atividades a serem lá desenvolvidas.

O ministro indicado sabe se safar das situações mais embaraçosas. Às vezes faz raiva a gente, mas sabe desarma o interlocutor. Tido como índio sabido, poderoso pajé. Profetiza curetagens sociais, prevê acontecimentos. Tem o dom de iludir, esperançar, convincentemente, convenhamos. Insuperável sua habilidade política. Contista dos bons!

A nomeação em tela, trouxe-me à memória de outro oeirense que pontificou-se no cenário nacional: Francisco José Furtado.

BilllsNascido em 3 de agosto de 1818. Advogado, formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1838. Ocupou diversos cargos na magistratura, entre eles o de juiz de Direito em Caxias e de juiz especial do comércio em São Luís, ambos no Maranhão.

Foi deputado geral em diferentes mandatos (1848, 1861 e 1864) até ser nomeado senador do Império (1864), tendo sido também Presidente da Província do Amazonas (1857).

Vinculado aos liberais, assumiu a pasta da Justiça no curto período do gabinete de Zacarias de Góes e Vasconcelos (1862) e retornou ao cargo em 1864, quando foi nomeado pelo imperador Dom Pedro II para uma das funções mais importantes do Império, a de Presidente do Conselho de Ministros, responsável por indicar os ocupantes de todas as pastas. Morreu no Rio de Janeiro em 20 de julho de 1870.

Oeiras, o Piauí, o Brasil, necessitam de seu tirocínio, W. Dias. Vamos ver!…

 

Por Carlos Rubem

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