A arte santeira do Piauí será destaque a partir do dia 3 de abril, no Museu Janete Costa de Arte Popular, em Niterói, no Rio de Janeiro. A exposição ‘Piauí – Entre Anjos e Palmeiras’ faz referência ao trabalho de mestres do artesanato local que se destacam pelo talento em mãos que esculpem beleza e religiosidade.
É a primeira vez que um grupo de artesãos do Estado irá expor nesse espaço dedicado ao artesanato nacional.
Serão em torno de vinte artistas, dentre eles, trabalhos dos mestres Kim, Cornélio, Expedito, Costinha, João Santeiro, Paquinha, Dezinho.
Mestre Dezinho, falecido aos 74 anos em fevereiro 2000, terá suas peças expostas na mostra, uma homenagem que conta, para isso, com o acervo pertencente ao curador do Museu de Niterói, Jorge Mendes.
A obra de Mestre Dezinho foi responsável por várias mudanças em torno da arte santeira. As suas obras estão espalhadas pelo mundo. Razão pela qual não poderiam faltar nessa exposição pela importância e representatividade.
Ele também influenciou outras gerações, como Joaquim José Alves, mais conhecido como Mestre Kim. Mestre Dezinho, seu tio, se tornaria seu sogro. Hoje, além de ser artesão, ofício que aprendeu com ele, zela pelo museu que leva o seu nome.
Torquato Neto também terá um lugar especial nessa exposição através de uma instalação. Segundo Daniela Magalhães, diretora do Museu Janete Costa de Arte Popular, o local procura dar visibilidade à diversidade cultural e artística presente em todo o Brasil. “A ideia é uma política já existente no Museu de dar foco à arte dos Estados onde a cultura popular é predominante”.
Dora Medeiros, diretora do Museu do Piauí – Casa de Odilon Nunes, localizado na capital Teresina, achou a ideia muito importante. “Acho a iniciativa excelente. Os museus atualmente estão sempre apresentando ao público visitante uma exposição de curta duração”.
Daniela Magalhães, diretora do Museu Janete Costa de Arte Popular, esteve no Piauí em outubro de 2018, juntamente com o secretário de Cultura de Niterói, Marcos Gomes, conhecendo de perto a produção local e se disse encantada com o que viu na cidade, artesãos com trabalhos muito bons e expressivos. Difícil foi escolher e decidir sobre o que deveria ir para a exposição.
“A criatividade e a força local são impressionantes. Os materiais, as cores, tudo muito bonito. O trabalho feito pelos santeiros tem a garra e a religiosidade do Nordeste. A cerâmica já saiu há muito do utilitário para o artístico. Foi difícil escolher pela beleza e diversidade de artistas. Prazeroso, pois para mim é muito enriquecedor trabalhar com arte popular”, relatou.
Fonte: Meio Norte
