O governador Wellington Dias determinou, nesta quarta-feira, 13, após reunião com médicos e representantes da gestão de saúde estadual e de enfrentamento a pandemia do novo coronavírus, a criação de um grupo de trabalho para estudar, avaliar e definir o uso de cloroquina, hidroxicloroquina e corticoides, entre outros medicamentos que auxiliem no tratamento da Covid-19.
“Nós já seguimos as recomendações do Conselho Regional de Medicina, onde o médico tem a autonomia para prescrever os medicamentos que achar necessário e queremos dar as condições para que a ciência determine e dê segurança para qualquer aplicação medicamentosa. Nosso objetivo é montar um comitê plural, com os mais variados pensamentos, para juntos acompanharmos as experiências. Esse é um caminho para dar mais segurança ao profissional médico e para vencermos essa batalha”, explica o governador.
O Governo do Estado se prontificou a garantir que as medicações necessárias e julgadas como pertinentes pelos médicos não faltem. “É importante que o médico, tomando a decisão pela prescrição medicamentosa, avaliando individualmente cada caso, possa utilizar os insumos disponíveis. O mesmo vale para os exames, que estamos ampliando para ter um resultado rápido, permitindo um tratamento eficaz e que evite que os pacientes sejam encaminhados para a UTI”, conclui o governador.
Presente à videoconferência, o médico oncologista, Sabas Vieira, advogou junto ao Governo do Estado o estudo do uso de corticoides no tratamento à Covid-19, a depender da avaliação médica. “É verdade que não há ainda uma pesquisa científica que comprove os resultados da cloroquina no tratamento da Covid-19, mas nós estamos avaliando e, em breve, teremos alguns dados para apresentar comparando o tratamento de pacientes que utilizaram corticoide e os que não usaram. Existe um otimismo entre os médicos que estão trabalhando nesta vertente”, diz.
O médico Jefferson Campelo, outro profissional que participou do encontro, lembrou que, independente dos indicativos, todos os procedimentos adotados nestas circunstâncias devem seguir protocolos de pesquisa. “Todo trabalho deve passar pelo crivo de um comitê de ética. Precisamos serenar os ânimos, discutir de forma muito profissional, deixando as vaidades de cada um, mas que a gente possa sentar e construir algo que seja proveitoso. E nós temos essa oportunidade agora”, defende o médico Jefferson Campelo.
Participaram da videoconferência outros nomes da medicina piauiense, como Benjamin Vale, Luciana Formiga, Marcelo Martins, Bruno Ribeiro e o diretor do Hospital Natan Portela, o médico infectologista José Noronha.
Além de profissionais da saúde, o comitê deve ser constituído por pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Estadual do Piauí (Uespi), faculdades, Conselho Regional de Medicina (CRM) e demais entidades de saúde.
Fonte: AsCom