O Piauí é o estado com maior o maior número de crianças e adolescentes vulneráveis a exploração sexual resgatados em rodovias no ano de 2022. O dado é do Projeto Mapear, realizado pela Polícia Rodoviária Federal em todo o Brasil.
De acordo com o relatório do projeto, no Piauí foram 78 resgates no ano passado. Os estados do Amapá (29 resgates) e Acre (21 resgates) aparecem na sequência.
Os dados do Projeto Mapear, referentes aos anos de 2021 e 2022, foram divulgados na última terça-feia (31) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
No novo levantamento, foram mapeados 9.745 pontos em rodovias federais que podem representar riscos às crianças e adolescentes.
No Piauí, o relatório aponta a existência de 463 pontos de vulnerabilidade. Os municípios de Lagoinha do Piauí, São João da Fronteira, Lagoa do Piauí, Monsenhor Gil, Marcolância, Picos, Ipiranga do Piauí, Campo Maior, Picos e Teresina aparecem como as cidades com risco potencial para a ocorrência de exploração sexual de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Com relação às BRs que cortam o Piauí, as BRs 222, 316 e 343 abrigam a maior quantidade de pontos de vulnerabilidade.
Quanto à classificação de risco, o relatório aponta que 17,2% dos pontos foram classificados como de risco crítico; e 27,6% são pontos de alto risco para a ocorrência da exploração sexual de crianças e adolescentes. Segundo a publicação entre os pontos de maior vulnerabilidade estão postos fiscais, postos de combustível, pontos de hospedagem e alimentação, além de bares situados às margens das rodovias.
Nos biênios anteriores, o Piauí apresentou números ainda mais preocupantes.
No período 2017/2018 foram registrados 602 pontos de vulnerabilidade para exploração de crianças a adolescentes, sendo que 27,9% foram classificados como pontos críticos. Os municípios de Campo Maior, lagoinha do Piauí, Monselhor Gil, Piripiri, São João da Fronteira, Picos, Teresina e Bom Jesus foram os que apresentaram, à época, a situação mais complicada.
O biênio 2019/2020 foi atípico, em virtude da pandemia do novo coronavírus, que reduziu a circulação de pessoas, sobretudo no primeiro semestre de 2020. Nesse período foram registrados 350 pontos, sendo que apenas 3,9% foram classificados como críticos e 75% foram catalogados como de risco médio e baixo.
Dados represados pela gestão anterior
Segundo o Jornal Folha de São Paulo, o projeto não divulgou os relatórios referentes aos anos de 2021 e 2022, individualmente, por decisão da gestão anterior do PRF. Mas os dados foram resgatados e agrupados por biênio (2021/2022) para que pudessem ser divulgados e utilizados para balizar as políticas públicas que tem como foco a proteção de crianças e adolescentes.
O projeto Mapear foi criado em 2003, quando o enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (ESCA) tornou-se prioridade para o Governo Federal.
Fonte: Cidade Verde