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Piauiense deixa seleção em segundo plano para defender time no Mundial

Pode parecer ironia, mas tem piauiense querendo conquistar um lugar ao sol na Turquia. Marcos Vinícius chegou perto de integrar a seleção brasileira de handebol juvenil, mas teve de fazer uma escolha importante: representar o Caic Balduíno, equipe que defende, ou participar da última etapa do treinamento da seleção. Diante do dilema, o armador direito não pensou duas vezes: continuou no Caic para disputar o Mundial Escolar e adiou o sonho de vestir a camisa amarelinha.

Marcos Vinícius, atleta do Caic convocado para seleção (Foto: Reprodução/Facebook)Marcos Vinícius (esquerda), atleta convocado para seleção, acabou faltando a segunda das três etapas de testes para competir pelo Caic e acabou preterido pelos técnicos, agora ele espera uma nova chance (Foto: Reprodução/Facebook)

 

 

A nova geração do handebol escolar do Piauí está se preparando em ritmo forte para encarar o Mundial na Turquia, que será disputado em junho. A rotina puxada começa com academia, aulas no colégio e treino à noite. Para se descolar de um compromisso ao outro, translado em ônibus ou caronas nada confortáveis. Nada que desanime quem está acostumado a fazer sua chance com as próprias mãos.

Marcos Vinícius, atleta do Caic Balduíno (Foto: Reprodução/Facebook)Marcos Vinícius, atleta do Caic Balduíno, com troféu do Brasileiro Escolar que garantiu clube na Turquia (Foto: Reprodução/Facebook)

– Não é tão fácil para os atletas do Caic como é para os atletas dos outros clubes, que têm transporte e salário. A gente recorre aos programas quando ganha os campeonatos. É uma experiência nova, mas a gente se adapta e se empenha para vir às recompensas – diz.

Fácil, ninguém disse que seria. Conviver com os amigos trocando experiências de viajar pelo país e pelo mundo com o handebol motiva cada vez mais os jogadores. A rotina não é para quem quer. E, mesmo com motivos para fazer o famoso “corpo mole”, a vontade de estar em outro país jogando handebol é maior.

E a ansiedade já toma de conta e ganha uma aliada nessa hora: a internet. As pesquisas incluem desde as linhas aéreas até o hotel que os garotos vão ficar. Cultura, alimentação e, claro, as seleções, tudo vem sendo minuciosamente visto.

– Vivenciar outra cultura, outros alimentos, outra forma de jogar, é muito diferente, te deixa com vontade de querer ir, estamos pesquisando tudo, todos muito ansiosos. Mas saber que nós iremos faz com que os treinos tenham mais do nosso empenho para chegarmos bem – confessa o atleta.

Rotina

O dia começa bem cedo. Às 7h, já de pé, o atleta inicia o dia com a academia como café da manhã. No retorno nada de descanso, é hora de estudar, o período de provas se aproxima e as notas mantêm os treinos. Depois de um rápido almoço, a digestão é feita no ônibus lotado, às vezes dois. Das 13h às 17h, mais uma maratona de aulas. E depois, mais lotação. A filosofia é simples: onde cabem sete, cabem 25. É hora do treino. Mais duas horas de treino físico e tático. No outro dia, tudo recomeça.

– Se a gente não tivesse se esforçando, raramente eu teria conseguido ir à seleção ou participado de algum acampamento, mas a busca de conhecimento, de querer evoluir nós fez chegar nesse patamar, não é à toa que já conseguimos duas participações no mundial – conta Marcos Vinícius.

Atletas do Caic (Foto: Emanuele Madeira/GLOBOESPORTE.COM)Mesco com a exaustão ao final de cada treino, atletas acreditam em recompensa (Foto: Emanuele Madeira)

 

 

Hoje, o time formado em um colégio público, na periferia da cidade, é reconhecido nacionalmente pelos expressivos resultados reconhecidos nas categorias de base como tricampeonato da Copa do Nordeste, títulos na primeira divisão dos Jogos da Juventude e no histórico, a melhor participação de uma equipe brasileira no mundial escolar.

O oitavo lugar na Croácia, em 2012, quebrou uma série de tabus. O pequeno clube foi a primeira escola pública a representar um país na competição e conseguiu o oitavo lugar dentre 32 seleções que têm o esporte como um elemento tradicional. No Piauí, mais vale uma bola na mão do que dois passes trocados com os pés.

G1 Piauí

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