Pular para o conteúdo

‘Por onde ele vai, leva uma parte de mim’, diz mãe que doou rim ao filho

diadasmaes1

Dona Vera e o filho Clodoaldo (Foto: Lucas Soares / G1)

 

Até onde vai o amor de uma mãe por um filho? Para a maioria delas, não há limites. Em Córrego do Bom Jesus (MG), uma mãe doou o próprio rim para o filho. A cirurgia vai completar 7 anos no próximo mês de julho.

Na época, aos 33 anos, o então pintor Clodoaldo Antônio da Costa descobriu que sofria de insuficiência renal crônica. Exames apontaram a compatibilidade do pai, da mãe e de uma irmã mais velha. A matriarca da família, dona Vera Lúcia Finamor Costa, pediu para ser a escolhida e coube a ela salvar a vida do filho.

“Eu queria que fosse o meu rim, eu queria salvar a vida dele. Eu fui para a cirurgia como se eu fosse para uma festa, porque sabia que eu poderia salvá-lo”, conta dona Vera, que além de quatro filhos, tem oito netos e um bisneto. O fato de a mãe ser a doadora deixou o filho mais tranquilo. “Eu me senti mais seguro por ser ela, até a hora da cirurgia nós só conversamos coisas boas”, diz Clodoaldo.

Hoje, Clodoaldo continua fazendo o acompanhamento médico, mas leva uma vida normal. Os medicamentos o acompanham por todos os dias e ele não tem como esquecer do órgão transplantado. “É interessante que o rim transplantado fica bem rente à pele. Eu o sinto bem próximo de mim”, diz o filho.

Dona Vera leva uma vida normal após a cirurgia. Ela está bem e continua fazendo tudo o que costumava fazer antes da operação. A mãe compreendeu que ter salvo a vida do filho foi um ato mais simples do que se pensava.

 

Junto com a mãe, Clodoaldo promove uma campanha por escolas e associações de cidades do Sul de Minas em favor da doação de órgãos. O trabalho resultou em leis municipais aprovadas em cidades como Poços de Caldas (MG) e Cambuí (MG), que instituiu a discussão em disciplinas da rede municipal de ensino. Segundo ele, o transplante transformou sua vida.

“Hoje, tenho uma vida muito mais ativa. Trabalho com música, que é o que eu gosto, sou secretário em Senador Amaral (MG) e faço trabalho voluntário em hospitais. Trabalho bem mais do que antes. Não tem gratidão no mundo que pague o que ela me proporcionou”, diz ele.

Clodoaldo Antônio da Costa durante as sessões de hemodiálise. (Foto: Arquivo Pessoal)
Clodoaldo Antônio da Costa durante as sessões
de hemodiálise. (Foto: Arquivo Pessoal)

Satisfeita por ver o filho bem, hoje dona Vera lembra dos tempos de doença e de sufoco com bom humor. “Por onde ele vai, ele leva uma parte de mim”, diverte-se a dona de casa.

Às vésperas do Dia das Mães, o que será que a Dona Vera espera receber  de presente?

“Só de ver que ele está vivo, que ele está aqui bem, já é o meu maior presente”, diz a mãe orgulhosa.

Comentários
Publicidade

Deixe um comentário

Aviso: os comentários são de responsabilidade dos seus autores e não refletem a opinião do Portal Integração. É proibida a inclusão de comentários que violem a lei, a moral e os princípios éticos, ou que violem os direitos de terceiros. O Portal Integração reserva-se o direito de remover, sem aviso prévio, comentários que não estejam em conformidade com os critérios estabelecidos neste aviso.

Veja também...

Portal Integração