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Possibilidade de acidente gera mais dúvida sobre morte de Fernanda Lages

Depois de uma explicação ao vivo para todo o Estado de mais de três horas, os delegados da Polícia Federal encarregados de apresentar o relatório sobre a investigação em torno da morte de Fernanda Lages disseram ter a convicção de que a moça não foi assassinada porque, a rigor, não se comprovou a presença de uma outra pessoa na cena da morte.

A experiência e competência, especialmente do delegado José Edilson Freitas, ficaram absolutamente comprovadas.

Assim como ficou claro que os delegados entregaram o resultado de um exaustivo trabalho, números à parte, acrescentando à densa nuvem de mistério que envolve a morte de Fernanda, mais uma dúvida que indiscutivelmente servirá de motivo para ativar ainda mais a imaginação de milhares de pessoas que acompanham o caso.

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Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1

 

Os investigadores afirmam que Fernanda pode ter se matado ou sofrido um acidente.

Na primeira hipótese sugere a investigação que os surtos pelos quais a garota teria passado, o medicamento que usava eventualmente e as visões que teria de pessoas inexistentes dentro de seu quarto de dormir seriam sinais de que Fernanda se enquadraria no grupo de suicidas em potencial.

São sinais, na verdade, que levam a uma indicação de que Fernanda pudesse ser realmente uma suicida mas a bula de muitos medicamentos que centenas de milhares de pessoas tomam diariamente neste país também chama à atenção para eventuais distúrbios neurológicos, e nem por isso elas se atiram todos os dias do terraço de um prédio em construção.

O que vai mexer mesmo com a imaginação das pessoas é justamente a segunda hipótese: acidente.

Quando os investigadores, depois de terem submetido os restos mortais de Fernanda aos mais sofisticados e modernos exames; de terem utilizado equipamentos de ponta nos locais por onde a estudante passou;  terem concluído que “ela não se atirou do ponto “A” e sim do ponto “B” (desautorizando a primeira versão oficial );  terem certeza de que Nayrinha mente;  terem ouvido mais de 100 pessoas, e mesmo assim admitem que ela pode ter sido vítima de acidente, abrem espaço para um observador com o mínimo de descomprometimento fazer algumas perguntas:

-Na hipótese de ter acontecido um acidente, Fernanda foi fazer o quê sozinha no terraço do prédio que sediará a Procuradoria Geral da República no Piauí…?

-Uma vez chegando sozinha ao local teria subido no parapeito, dado alguns passos e se desequilibrado…?

-Ou foi se encontrar com alguma pessoa  com quem teria o hábito de consumir drogas naquele local…?

-E como Fernanda teria consumido drogas se os exames feitos pela pericia, ainda quando a investigação estava sob a responsabilidade da Polícia Civil, mostraram que ela havia consumido apenas álcool…?

Sempre trabalhando dentro da hipótese de que a estudante foi vítima de um acidente e eliminando a possibilidade de ela ter consumido drogas, a imaginação sugere mais perguntas:

-Fernanda tinha bebido, misturado uísque com cerveja e depois, a poucos metros de chegar em casa,  de repente resolveu, como já conhecia o prédio (os federais revelaram que ela estivera lá algumas vezes )  acrescentar alguma droga  ao seu estado etílico…?

-Como já conhecia o prédio, Fernanda, ao passar por lá, mesmo sabendo que iria para o trabalho às 10 horas da manhã  daquele dia, resolveu entrar para, no terraço, pegar alguma droga ou namorar em circunstâncias perigosas com alguém que  entrara da mesma maneira que ela, sem ser vista pelo segurança interno, homem treinado, que afirma que estava acordado…?

Além destas, trabalhando dentro da hipótese de Fernanda ter sofrido um acidente, existem ain da um cipoal de perguntas.

Algumas são sobre a  relação da garota com o prédio.A Polícia afirma que ela esteve lá em pelo menos três outras ocasiões porque o local, mesmo sempre guarnecido por seguranças da Servisan, era utilizado para aventuras amorosas e por traficantes e consumidores de cocaina.Então, seria o caso de se perguntar: quem são esses traficantes aos quais Fernanda estaria ligada…? qual o poder que exerciam sobre ela…? com que frequência utilizavam o prédio…? os seguranças profissionais estavam no esquema…?

Nessa questão da relação da intimidade da garota com o prédio há uma outra impressionante revelação: Fernanda gravou numa parede a mesma tatuagem que tinha no corpo.

Então, conclui-se:  ela ou quem a auxiliou  teve tempo suficiente para fazer a gravura se teve tanto tempo é quase certo que contou com a cumplicidade dos seguranças que guarneciam o prédio.Neste caso seria indispensável uma nova pergunta: quem são esses seguranças…?

Profissionalmente o trabalho da Polícia Federal é exemplar, mas ao acrescentar a hipótese de acidente como uma das possiveis causas da morte da estudante Fernanda Lages Veras, e não responder esses questionamentos, leva a população do Piauí para um aprofundamento das suas dúvidas e incertezas sobre este fato que certamente ainda provocará muitas discussões.

GP1

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