O Governo do Estado pretende descontar já a partir deste mês os valores correspondentes aos dias parados dos professores e outros servidores da Educação que estão em greve desde 15 de fevereiro, quando deveria ter sido iniciado o ano letivo da rede estadual de ensino. O Governo adverte que não tem portas fechadas ao diálogo, mas determinou o pagamento da primeira parcela, de 5%, do aumento de 11,36%, apenas para os professores que estão em sala de aula.
A medida foi recebida com insatisfação pelos dirigentes do Sinte-PI (Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Estado do Piauí), que acusam o governo de pressionar os professores a encerrar o movimento . O secretário estadual da Administração e Previdência, Franzé Silva, diz que o Piauí é um dos únicos dois estados do país que estão oferecendo aumento acima do piso nacional do magistério aos professores. “Dos 27 estados da Federação, apenas dois estão em negociação com os professores: Rio Grande do Norte e o Piauí. Os outros estão sem implementar negociação. E o único Estado em greve é o Piauí”, observa.
Ele lembrou que o Estado já fez quatro propostas de negociação ao Sinte-PI, todas elas rejeitadas. A última proposta era de pagamento do reajuste em duas vezes – a primeira, de 5%, retroativa a janeiro, e a outra, de 6,36%, em outubro. Com a rejeição de todas elas, o Governo pediu a ilegalidade da greve ao Tribunal de Justiça. O secretário Franzé Silva afirmou que, confirmada a ilegalidade do movimento, o Estado pode descontar os valores dos faltosos e buscar alternativas para garantir o inicio do ano letivo, como a contratação de professores temporários.
O governador Wellington Dias determinou que seja encaminhado em regime de urgência à Assembleia Legislativa o projeto alterando a tabela operacional dos servidores da Educação e todos os outros servidores estaduais. Ele ainda autorizou a implementar, a partir de março, o Plano de Cargos dos Técnicos de Nível Médio e Superior da Educação e extensivo a todos os servidores do Estado. Metade do plano será implementado em março e a outra metade em janeiro de 2017.
Fonte: Diário do Povo
