A senadora Regina Sousa discursou nesta quinta-feira (13/8) sobre a Marcha das Margaridas. Segundo Regina Sousa, mulheres do Brasil inteiro mostraram sua garra, sua disposição de luta, submetendo-se a longas viagens de ônibus para vir a Brasília fazer ouvir a sua voz.
“As margaridas vieram a esta Casa, mas infelizmente foram poucos ouvidos presentes para ouvi-las. Mas elas deixaram alguns recados: a sua pauta não é só a pauta cooperativa da trabalhadora rural. Elas deixaram a sua pauta, os seus recados contra a discriminação, contra a homofobia, contra a violência, contra o racismo e, sobretudo, em defesa da democracia”, destacou a senadora.
Segundo a senadora, a pauta de luta das mulheres também passa pela Lei Maria da Penha, pela cota de mulheres no Parlamento, pelo cumprimento de leis como a Lei do acompanhante na maternidade. “Deve ser votada na próxima semana uma cota para as mulheres no Parlamento, que ainda é uma cota muito pequena, mas que tivemos de construir para poder tentar fazer com que ela seja aprovada”, afirmou.
Para a senadora, as pesquisas refletem a desigualdade, ainda muito grande, nas relações homens e mulheres. “Pesquisa recente do Senado mostrou que, em cada cinco mulheres, no Brasil, uma já foi espancada pelo marido, pelo companheiro, pelo namorado, pelo ex-marido, ex-companheiro ou ex-namorado. E apesar de 100% das brasileiras conhecerem a Lei Maria da Penha, que tem nove anos, elas ainda se sentem desrespeitadas”, disse ela.
Apesar de um dos principais anseios das mulheres ter sido atendido há nove anos, com a Lei Maria da Penha, elas ainda sofrem com a violência doméstica, conforme mostrou o DataSenado.
Regina Sousa informou que nas três últimas décadas 92 mil mulheres foram assassinadas no Brasil, o que coloca o país na sétima posição em assassinato de mulheres no mundo. A senadora lamentou ainda o número elevado de mulheres que morrem durante a gestação ou até 42 dias após o parto. Segundo dados do Ministério da Saúde, 60% dessas mulheres são negras e indígenas, disse a senadora, para quem o “preconceito institucionalizado” é a causa dessas mortes.
Regina Sousa também apresentou voto de pesar pelo falecimento da piauiense Maria Ozenira Cardoso Araújo Santos, trabalhadora rural de Monsenhor Gil, que faleceu durante a Marcha das Margaridas. A senadora também lamentou o falecimento de outras duas participantes do marcha.
Confira a íntegra do discurso: ://www.senado.gov.br/atividade/plenario/sessao/disc/listaDisc.asp?s=134.1.55.O
Escute o áudio do dhttpiscurso da senadora: http://www12.senado.gov.br/radio/1/plenario/regina-sousa-pede-atencao-para-reivindicacoes-das-mulheres-da-marcha-das-margaridas