Após anúncio do governador Wellington Dias (PT) sobre o fim da Agespisa e criação de um Instituto de Águas para gerir o abastecimento de água e saneamento no Piauí, o Sindicato dos Engenheiros do Piauí (Senge) demonstrou preocupação, e alerta para alguns problemas, como a falta de viabilidade técnica e financeira e a insegurança jurídica do projeto.
Com essa medida, será criado um novo CNPJ, provocando o cancelamento de todos os contratos de concessão existentes atualmente, onde os municípios deverão passar por um longo processo burocrático, com a criação do Plano Municipal de Saneamento.
Para o presidente do Senge, o engenheiro Antonio Florentino Filho, com a criação do Instituto, e a mudança do CNPJ, os municípios superavitários, ou seja, os que dão lucros, principalmente Teresina, que representa quase 50% da arrecadação da empresa, irão retomar seus sistemas.
“Os municípios superavitários, como Teresina, Parnaíba, Floriano e Picos retomarão seus sistemas e sobrarão apenas os municípios deficitários para o Estado, e não teria como possuir um financiamento. O governo terá que bancar o saneamento desses municípios deficitários, o que causa um desequilíbrio financeiro”, afirmou.
O presidente do Sindicato dos Engenheiros questiona como o Estado conseguirá manter o Instituto. “É um procedimento longo, não sei como o governador vai conseguir superá-lo. O Estado precisa avaliar isso, essa é a maior preocupação do Senge. Não é uma crítica ao Governador, e sim preocupação com todos os entraves a serem avaliados. Não estamos preocupados com a questão corporativa, o problema é o provável prejuízo financeiro”, finalizou o engenheiro.
Florentino acredita que a solução seja a recuperação da Agespisa, com investimentos públicos para fortalecê-la. “Acreditamos que uma solução viável seria profissionalizar a Agespisa, e buscar reduzir o teto dela, onde mais de 70% é correção de juros e correção”, finalizou o engenheiro.
Fonte: Portal AZ