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“Supersubs”: dicionário da Pia entra em ação na estreia do Brasil

A atuação do Brasil contra o Panamá, na goleada por 4 a 0 pela rodada inicial da Copa do Mundo, deve ter deixado a técnica Pia Sundhage duplamente satisfeita. Primeiro, pelo resultado da estreia. E também pelo comprometimento tático mostrado pela equipe durante os 90 minutos. A seleção feminina colocou em prática o “dicionário da Pia”.

Desde que assumiu a equipe, em agosto de 2019, Pia percebeu fragilidades que precisavam ser corrigidas. E passou a repetir expressões que se tornaram naturais ao longo dos últimos quatro anos nas diversas entrevistas da sueca, como popcorn time e super subs. Mas ela também incorporou algumas palavras em português ao repertório: juntasvigilânciadesafia as linhas e compactação.

– Esses termos eu venho mencionando há quatro anos. Compactaçãovigilância. Acho que as jogadoras mostraram que respeitamos o Panamá. Jogamos bem defensivamente, a Rafaelle foi muito bem. Falamos muito sobre posição. Chega uma hora que você consegue executar se você repete – observou a treinadora na entrevista coletiva após o jogo.

Mas o que significam essas expressões? Elas representam um pouco do estilo da treinadora e por que a goleada sobre o Panamá pode ser considerada uma confirmação de que a seleção assimilou as palavras repetidas exaustivamente por ela.

Popcorn time – Esse foi um dos primeiros puxões de orelhas de Pia na seleção brasileira: popcorn time, ou a hora da pipoca, em inglês, significava aquele momento de relaxamento das jogadoras em campo, normalmente com o resultado favorável, o que muitas vezes pode servir para reacender o ânimo adversário.

A treinadora trouxe essa expressão da época em que treinava os Estados Unidos, e sempre deu como exemplo o sucesso das americanas, tetracampeãs mundiais e tetra olímpicas.

– Tem momentos em que a gente tem que entrar nessa concentração, entender essa responsabilidade que é vestir essa camisa. A gente precisa de todo mundo muito focado, na Copa do Mundo você não pode vacilar em nenhum momento – comentou a lateral-esquerda Tamires após a partida.

Super subs – Um time não é feito só das 11 titulares, Pia sempre frisa. Durante muito tempo, a treinadora cobrou que as jogadoras que viessem do banco mantivessem o ritmo da equipe, e se possível até melhorasse o rendimento.

Nesta segunda-feira, o Brasil não perdeu o pique mesmo após as substituições, que começaram aos 13 minutos do segundo tempo, quando o placar já estava 3 a 0, com as entradas de Bruninha, Geyse e Gabi Nunes. Depois, também saíram do banco Duda Sampaio e Marta.

– Fiquei muito impressionada porque as meninas entraram muito bem, mudando o jogo. A gente tem super subs que entram e mudam o jogo. Ela sempre pediu, é muito importante para todas nós entender que sempre vão começar 11, mas nunca são as mesmas que vão terminar. Isso mostra que o grupo todo tem importância. Se a gente ver os resultados nos grandes jogos, são as super subs que fazem a diferença – comentou a meia-atacante Kerolin, que atuou os 90 minutos.

Pia aprovou a atuação das substitutas na estreia do Brasil, e elogiou até mesmo quem não entrou na partida.

– Precisamos dessa qualidade, precisamos das super subs. Olhando para o banco, vejo que estão positivas, mesmo quando você não joga sequer um minuto – disse a treinadora.

Juntascompactaçãodesafiar as linhas – Publicamente, Pia fala muito pouco em português. Mas faz questão de repetir a todo momento essas palavras. A treinadora do Brasil valoriza muito o jogo coletivo e a disciplina tática. Duas qualidades também vistas na vitória sobre o Panamá.

– Se você olhar, o Panamá é muito ofensivo, mas as nossas linhas estavam o tempo todo ligadas, a gente ganhando as segundas bolas, sabendo explorar os espaços no campo – observou Tamires.

A compactação da equipe nesta segunda passou pelo trabalho de Luana e Kerolin, responsáveis por fechar o meio-campo e impedir que o Panamá tivesse chance de criar um contra-ataque.

– Para mim é uma posição nova, eu encarei com muita seriedade. É uma posição muito importante, que exige muita atenção a todo momento. Mas também gostei muito, porque é uma posição em que a bola passa nos meus pés a todo o momento. É continuar com os pés no chão e entender cada vez mais quem está do seu lado para continuar fazendo um bom trabalho – observou Kerolin.

O Brasil lidera o Grupo F da Copa do Mundo Feminina, com três pontos. França e Jamaica têm um ponto cada, seguidas do Panamá, que está zerado. Neste sábado, a seleção feminina encara as francesas, em Brisbane, às 7h (de Brasília), em jogo com transmissão da TV Globo, sportv, globoplay e ge.

Fonte: Globo Esporte

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