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A batalha da imprensa local: Entre a invisibilidade e o abuso

É realmente frustrante ser parte dessa classe de profissionais esquecidos e pouco valorizados. Enquanto diversas instituições organizam eventos para homenagear outros setores da sociedade, a imprensa local parece ser apenas convidada para cobrir tais acontecimentos, sem receber o reconhecimento merecido.

E o que nos oferecem em troca? Um copo de refrigerante, alguns salgados ou um prato de comida. Como se isso fosse suficiente para compensar todo o trabalho e dedicação que colocamos em nossas reportagens, fotografias e entrevistas. Somos tratados como meros serviçais, sem consideração pela importância do nosso papel na sociedade.

Além disso, há o constante desrespeito à nossa liberdade profissional. Muitas vezes, tentam ditar o que devemos escrever, o que devemos fotografar, limitando a nossa capacidade de retratar a realidade de forma imparcial. Somos pressionados a seguir uma narrativa que não condiz com os fatos, colocando em risco a nossa credibilidade como jornalistas.

Outro exemplo gritante desse desrespeito é a relação com certas instituições, como a UPA. Ao chegarmos lá em busca de informações, somos recebidos com hostilidade e tratados como inimigos. É como se a imprensa fosse vista como uma ameaça, em vez de uma aliada na divulgação de informações importantes para a população. No entanto, mesmo diante dessa resistência, persistimos e encontramos fontes confiáveis que nos fornecem dados, ainda que sob o medo de represálias por parte dos “donos” daquela unidade de saúde.

Apesar de todas essas dificuldades, seguimos em frente, realizando um trabalho digno e valoroso. O reconhecimento do povo é o que nos mantém motivados. Sabemos que, apesar de não sermos homenageados em eventos ou recebermos os devidos créditos, somos importantes para a sociedade. É o povo quem valoriza e respeita o nosso trabalho, pois são eles que se beneficiam da informação que trazemos à luz.

Portanto, mesmo que os “poderosos” continuem nos ignorando e desrespeitando, continuaremos a exercer o nosso ofício com a dignidade e a paixão que nos move. Oeiras precisa reconhecer a importância da imprensa local e valorizar o trabalho daqueles que se dedicam a trazer a verdade à tona. Somos os esquecidos úteis, e é hora de mudar essa realidade e termos o devido reconhecimento que merecemos.

 

 

Por Lameck Valentim

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