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Celular é o novo cigarro: como o cérebro reage às notificações de apps e por que elas viciam tanto

Conferir notificações, curtidas e o feed de redes sociais já são hábitos comuns para quem tem um smartphone na mão. O simples som de uma notificação pode trazer uma sensação boa, mas, ao mesmo tempo, afetar o controle dos nossos impulsos. E, assim como o cigarro ou outros vícios, o uso constante do celular também pode se tornar uma dependência.

Tudo isso é um processo químico, que ocorre dentro do nosso cérebro através da dopamina. Estimulado por comentários e curtidas, o neurotransmissor é liberado, provocando prazer satisfação.

⚠️Alerta: Só que a dopamina vicia. Checar o celular o tempo todo, clicar em notificações, ficar rolando infinitamente as timelines sem buscar algo determinado, pode gerar um looping altamente perigoso para a saúde.

A consequência é o desenvolvimento de sintomas de ansiedade e problemas de atenção, o que pode evoluir para quadros mais graves, como a Síndrome de Burnout, causada pelo esgotamento mental, ou o Transtorno de Déficit de Atenção (TDA).

“A pessoa se sente o tempo todo com excesso de estímulo, não consegue descansar”, explica a psiquiatra. “A gente tem visto uma prevalência cada vez maior de pessoas com dificuldade de concentração”, afirma também.

“O que a gente tem visto é uma epidemia silenciosa, onde a busca por essa dopamina se tornou quase que uma doença mundial, em que, quanto mais eu uso as telas, mais um determinado tipo de operação é recrutada no meu cérebro”, diz Nabuco.

 

3 – O que fazer para se “desligar” (totalmente ou não)

 

Para quem quer tentar sair um pouco da frente das telas, principalmente nos momentos de lazer, ou até mesmo fugir da dependência digital, os especialistas dão algumas dicas:

  • Buscar o equilíbrio: quem precisa ficar de olho no celular por conta da profissão, por exemplo, deve ficar atento não apenas na quantidade do uso, mas também na sua relação com o aparelho;
  • De acordo com a psiquiatra Julia Khoury, pessoas que estão em momentos de lazer, longe do trabalho, e não conseguem se desligar, possuem um risco maior à dependência do que quem usa por uma grande quantidade de tempo, mas apenas quando está trabalhando;
  • Estabelecer limites entre o trabalho e a vida pessoal: uma das alternativas é concentrar a troca de mensagens do trabalho em um celular diferente do usado para fins pessoais;
  • Zonas livres de tecnologia ou desafios de detox digital: com família ou amigos, estabelecer ambientes ou períodos onde o celular não pode ser usado, como em uma viagem, por exemplo;
  • A vida offline também é boa: atividades ao ar livre, prática de exercícios físicos e de esportes, ou reunir os amigos no mundo real, longe do celular, também são aliadas.

“Um chefe ou um cliente te mandam uma mensagem e você está em descanso. Aí ele escreve: ‘Não precisa olhar agora, é para quando você voltar’. Isso já tirou a sua mente do descanso e já te levou para o trabalho, porque você parou de descansar para se lembrar de um problema que, por mais que você não resolva na hora, você fica pensando”, afirma Julia.

  • Não há problema em usar as telas: mas deve-se ficar atento para que o acesso não seja simultâneo a outras plataformas. Isso acontece, por exemplo, quando você está focado em uma tarefa e para tudo para conferir uma mensagem recebida em aplicativos.

 

Segundo o psicólogo Cristiano Nabuco, o melhor é não ser interrompido. “Você demora 23 minutos para retomar o mesmo nível de concentração anterior ao recebimento da mensagem”.

  • Desligar as notificações: nos momentos de lazer, ameniza os efeitos do uso do celular;
  • Curtir o ócio: é importante aproveitar os momentos à toa, sem os apitos das notificações. Segundo os especialistas, a pausa – real e digital – é importante para descansar a mente, estimular a criatividade e o desenvolvimento do cérebro.

“A gente precisa de tempo ocioso. Olhar para a janela durante uma viagem e não para a tela de um tablet”, diz o psicólogo.

Fonte: G1

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