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Estudante do interior do Piauí sonha em ser o 1º médico da cidade

 

foto 6106 103655Falar sobre seu grande sonho requer um cuidado especial. Quando o estudante Rodolfo Vieira, de 17 anos, comenta sobre sua grande ambição na vida, ele precisa, primeiramente, verificar se sua mãe não está por perto. “Quando eu falo próximo dela que eu quero muito virar médico ela vai logo passando a mão no olho e começa a chorar direto, sem parar”, diz o aluno do 3º ano da Augustinho Brandão, escola que que teve o melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011, quando analisa apenas as instituições de ensino que atendem a alunos mais pobres, com renda familiar de até 1 salário mínimo.

“Se Deus quiser e a Nossa Senhora também, ele vai fazer a faculdade de medicina. É tudo que ele espera”, fala a dona de casa Creuza Viera aos prantos. Ela vive sozinha com o filho na zona rural da cidade de Cocal dos Alves (PI). Os outros dois irmãos de Rodolfo partiram para o Rio de Janeiro em busca de emprego e o seu pai não vive com a família.

Tido como o aluno de maior destaque no grupo de cerca de 30 estudantes do ensino médio da escola, Rodolfo tem a obstinação como marca característica. “O que falta no povo é determinação. Eu me considero uma prova viva, mesmo sendo do interior do Piauí, de que é possível as pessoas realizarem os seus sonhos desconsiderando quaisquer obstáculos”, comenta.

Mas essa postura mais firme começou a fazer parte da sua vida de forma mais nítida apenas recentemente, depois de algumas conquistas na vida escolar. Apenas neste ano, ele já acumulou diversos prêmios nacionais, da medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, passando pelo bronze nas Olimpíadas de Português e por uma premiação estadual em Química.

Uma das conquistas mais memoráveis, no entanto, foi o prêmio de redação do Senado Federal em 2011. “Eu expus no meu texto que cada cidadão brasileiro deveria ser um espécie de semente e essa semente só poderia ser germinada pela própria iniciativa. Somente assim poderia vir o progresso”, explica o jovem estudante.

Mas a receita dos resultados não é outra senão o estudo contínuo. “Eu batalho muito todo os dias, mas sempre contei com a estrutura de professores engajados no ensino e que queriam fazer com que eu conseguisse realizar os meus objetivos”.

Com tudo que deveria ser feito até o momento, Rodolfo aguarda tão somente o “esperado” dia 28 de dezembro, quando serão divulgada as notas de redação no Enem. “Se eu conseguir um oito, já posso me considerar dentro da Universidade Federal do Piauí”, diz o jovem, embaralhando a ansiedade com o entusiasmo, mas ainda aflito pela dificuldade que terá em se manter durante o curso a ser feito em Teresina. “É, a bolsa que ganharia pelas medalhas nas olimpíadas não daria para eu me manter na capital”.

Portal O DIA

 

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