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Fisioterapia Pediátrica e o seu papel no desenvolvimento motor de crianças

O desenvolvimento motor e de linguagem dos pequenos seguem margens de normalidades esperadas a cada fase, isto é, podem variar de criança para criança, mas existe um tempo máximo para cada situação ocorrer. Quando os pais notarem algum tipo de estagnação, precisam conversar imediatamente com o pediatra, pois são sinais a investigar.

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A fisioterapeuta Letícia Marinho (CREFITO 310853-F, Fisioterapia Pediátrica, Instrutora Shantala e Ofurô, Educadora Perinatal/Doula, Atendimentos em amamentação) esclarece algumas dúvidas sobre o desenvolvimento motor das crianças.

  • O que é desenvolvimento motor na primeira infância?

O desenvolvimento motor se relaciona com a evolução de várias habilidades que vão garantir para criança desenvolvimento e independência.

Esse desenvolvimento acontece, com a maturação de vários sistemas fisiológicos, como por exemplo o neurológico e muscular que irão envolver aspectos cognitivos, sensoriais e sociais.

Compreendendo a primeira infância como um período de grande receptividade para as crianças aprenderem e se desenvolverem, precisamos entender que essa fase é de suma importância para o desenvolvimento futuro tanto no aspecto motor, afetivo e emocional.

  • Quais são as principais etapas do desenvolvimento motor do bebê até um ano de idade e em que momento elas aparecem?
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Fisioterapeuta – Letícia Marinho

Os eventos que acontecem para que ocorram o desenvolvimento motor do bebê, não se dão de forma aleatórias.

Existem reflexos neurológicos envolvidos e várias ações relacionadas ao ambiente que vão influenciar em cada etapa.

De zero a um ano ocorrem muitas descobertas para os bebês, eles descobrem suas mãos, pés, tornam-se observadores natos e aos poucos vão conseguindo explorar o ambiente a sua volta.

Em relação aos acontecimentos no desenvolvimento motor, existem fases intermediárias que serão espécies de “treinos” para o bebê alcançar momentos marcantes em casa fase.

No período de 0 a 3 meses:  O bebê evolui da postura mais flexora para posturas mais assimétricas, que vão fazer que essa fase seja marcada pela sustentação de cabeça e pescoço.

4 a 6 meses: em variações nas posições prona e supina, o bebê consegue levar as mãos em linha média, rola para lateral, acompanha som e começa fazer esfinge.

Começa rolar em bloco e inicia o pivotear, geralmente apresentando até o final desse período reação de equilíbrio, controle do rolar, traciona pra sentar e é capaz de manter-se na postura sentado com apoio por longos períodos.

7 a 9 meses: As reações de equilíbrio estão presentes, eleva a cabeça como se fosse sentar, realiza esfinge com apoio de uma das mãos e possui uma postura mais estável, sentando com o tronco mais retificado.

Nesse período também assume a posição quadrúpede (posição de gato) e consegue realizar transferências de posturas. No final dessa fase realiza transferência de peso na posição quadrúpede jogando o corpo para frente, para trás e para os lados, começa assumir posição de joelhos e começa ficar de pé com apoio.

10 a 12 meses: Realiza transferências em várias posições, de sentado para a posição de gato e outras. Consegue engantinhar com apoio e mãos e pés e com joelhos estendidos e sentado tem reação de proteção para trás, conseguindo também rodar em círculos nessa posição.

Nessa fase assume a posição ortorstática (em pé), andando de lado com apoio de uma das mãos, e para frente empurrando algum objeto ou com as mãos segurando as mãos de um adulto.

No final dessa fase o bebê realiza dissociação de movimentos de membros inferiores e fica em pé sem apoio, treinando sua marcha independente que iniciará com base de apoio alargada nos pés, braços abertos, fixação de tronco superior e com passos curtos e acelerados.

Vale ressaltar que essas etapas que foram citadas nesse período de um ano, são em relação ao que geralmente acontece, mas existem algumas variações que vão depender de cada criança. Seja pelo tempo dela, pela forma que a mesma é estimulada, ou por algum comprometimento neurológico, muscular e outros.

Lembrando também que cada fase, cada acontecimento é importante, então pular etapas nunca será bom para o desenvolvimento da criança.

  • O que os pais podem fazer para estimular o desenvolvimento motor de uma criança?

Os pais precisam se conscientizarem primeiro como estimular as crianças é importante pra elas. Tanto no aspecto motor, sensorial, cognitivo. E essa consciência ela vai chegar na proporção que eles vão se informando, buscando entender o que acontece em cada fase.

Algumas dicas para que os pais possam estimular as crianças além de buscar conhecimento, e aprender deixar a criança livre em ambientes seguros e com estímulos.

Desde os primeiros dias de vida, ir colocando a criança de bruços (tummy time) isso no início pode acontecer ainda no colo por pouco minutos  e com o passar dos dias ir aumentando o tempo. (Com a criança acordada e sobre supervisão)

O chão é muito importante para a criança pois ela terá liberdade para desenvolver suas habilidades e para isso vale a pena investir em tapate/tatame de atividades, tirar sempre um momento para brincar e conversar com a criança é importante. Procurar brinquedos que são adequados para cada idade, que irão estimular tanto a parte motora, como sensorial e cognitiva.

E não menos importante, criar um ambiente saudável para a criança se desenvolver, que ela possa sentir-se segura, amada, pois também é crucial para o desenvolvimento saudável de uma criança.

  • Quais são os sinais de alerta para o atraso no desenvolvimento motor da criança? Quais medidas os pais devem tomar?

Como já mencionado anteriormente, o conhecimento é essencial para os pais. Por isso é importante desde a descoberta da gestação ir estudando sobre o desenvolvimento da criança, porque com o conhecimento  torna-se mais fácil identificar quando algo não vai como o esperado.

Para suspeitarem de algum sinal de alerta, os pais precisam ficar atento ao que acontece em cada fase, que também já foi abordado aqui.

Algo importante a se atentar, uma criança que apresenta hipotonias, com aquele padrão “molinho” não

sustenta pescoço, não se movimenta, mesmo já tendo idade pra ter essas habilidades.

O padrão hipertônico onde os membros se apresentam “durinhos”, também é uma alerta pois também impede movimentos, impede que a criança pegue brinquedos, ou que brinquem com suas mãos e pés, mesmo já tendo idade para ter essas habilidades.

Assimetrias cranianas, que são alterações no formato da cabeça do bebê, também merecem atenção e avaliação, pois podem interferir no seu desenvolvimento. Assim também como torcicolos congênitos.

Então a orientação é, notou algo diferente, mesmo oferecendo estímulos não percebe que a criança tem reação, busque orientação profissional, converse com o Pediatra e avaliação também da Fisioterapia Pediátrica. Para que as intervenções possam ser iniciadas de acordo com a necessidade de cada criança, lembrando que uma equipe multiprofissional é sempre importante.

Com a alteração já identifica, quanto mais precoce for iniciada as intervenções, os estímulos adequados, mais resultados e benefícios essa criança irá ter.

 

 

Por Romário Britto

 

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