O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, rejeitou o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a devolução de seu passaporte, impedindo sua viagem a Israel entre 12 e 18 de maio, a convite do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A decisão, divulgada ontem (29), contou com o aval do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
O passaporte de Bolsonaro havia sido apreendido por ordem de Moraes durante a Operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta trama golpista no alto escalão do governo do ex-presidente. O ministro concluiu que a manutenção da medida cautelar era necessária e adequada.
Segundo Moraes, as diligências continuam em curso, tornando prematuro remover a restrição imposta ao investigado. O objetivo é prevenir que o sujeito à providência deixe o país, considerando o perigo para o desenvolvimento das investigações criminais e a eventual aplicação da lei penal.
O convite oficial de Netanyahu a Bolsonaro para visitar Israel ocorreu na mesma semana em que o jornal The New York Times revelou imagens do ex-presidente hospedado na Embaixada da Hungria em Brasília, poucos dias após ter tido o passaporte apreendido. Essa movimentação foi interpretada por opositores como uma tentativa de evitar um eventual pedido de prisão, já que a área da embaixada é considerada inviolável pelas autoridades brasileiras.