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MP denuncia Beth Cuscuz e outros 13 por cinco crimes

 

A empresária Elizabeth Lourdes Oliveira, a Beth Cuscuz, e mais 13 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Piauí no processo da “Operação Aspásia”, realizada em agosto deste ano pela Polícia Civil do Piauí. A investigação policial – iniciada a partir de uma reportagem do jornal O DIA – revelou as atividades de uma rede de prostituição que atuava no Estado, com envolvimento de empresários, donos de sites, boates, mulheres e até uma adolescente.

O parecer de mais de 30 folhas é assinado pela promotora Vera Lúcia, da 47ª Promotoria da Infância e da Adolescência. A representante do MPE confirmou ter seguido a mesma linha do inquérito elaborado pela Polícia Civil.

“As denúncias contra os acusados estão embasadas em cinco artigos do Código Penal e no Estatuto da Criança e do Adolescente”, explica Vera Lúcia.

Beth e os demais envolvidos foram denunciados à Justiça por formação de quadrilha, induzir mulheres à prostituição, manter estabelecimentos onde ocorre exploração sexual, tirar proveito financeiro da prostituição e por tráfico interno de pessoas.

O documento foi encaminhado ao juiz Almir Abib Tajra, da 7ª Vara Criminal de Teresina. Esse é o último passo para que os acusados sejam julgados. O processo da “Operação Aspásia” tem cinco volumes e mais de mil páginas.

Investigação

Além de provas testemunhais contra os 14 acusados, a polícia apresentou documentos que comprovam, por exemplo, as vultosas movimentações financeiras das boates Beth Cuscuz e Copacabana, ambas lacradas durante a operação policial. Destas, somente a primeira voltou a funcionar. Também fazem parte dos autos, documentos que mostram a subvenção econômica das garotas aos proprietários das boates.

A maioria das mulheres que trabalhavam nas boates era trazida do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Ficou constatado que havia permuta entre as casas do Piauí e de outros Estados. Essa movimentação garantia sempre “garotas novas”.

A investigação descobriu que, para ficar nas boates, cada jovem era obrigada a pagar R$ 120,00 na entrada. Era determinado o consumo mínimo de bebidas a cada cliente, sendo as jovens obrigadas a atingir metas. Ao final, as garotas receberiam apenas 30% dos valores arrecadados; os outros 70% ficavam com os donos das boates. Os programas custavam de R$ 200 a R$ 500.

A reportagem

A reportagem “Prostituição: Agenciadores atraem ‘meninas’ com proposta de até R$ 8 mil”, veiculada pelo O DIA no dia 18 de abril de 2011, mostrava o universo da prostituição em Teresina. A partir da matéria, a Polícia Civil desencadeou a “Operação Aspásia”.

A reportagem foi elaborada através de investigações jornalísticas que duraram cerca de duas semanas. A partir de um anúncio nos classificados, a repórter Mayara Bastos deu início a uma série de contatos telefônicos e visitas in loco de locais de encontro entre as garotas e os clientes, principalmente na região sudeste da cidade. Para entender melhor o processo de agenciamento de garotas, a jornalista se passou por uma garota interessada em fazer programas.

Todos os anúncios encontrados recrutam mulheres para ser acompanhantes. Na teoria, essas meninas trabalhariam apenas acompanhando homens em eventos. Mas o que se verificou é a seleção de garotas, em alguns casos, seduzidas através dos valores ou com propostas de fazer sexo em troca de dinheiro.

Portal O DIA

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