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Piauí: MPF denuncia quadrilha que tentou transportar 270 kg de cocaína para o exterior

 

O Ministério Público Federal no Piauí denunciou à Justiça os seis homens presos no litoral do Piauí, no dia 24 de agosto último, no momento em que tentavam transportar 270 kg de cocaína para o exterior.

As prisões foram efetuadas pela Polícia Federal, que flagrou a droga dentro de um veleiro, momentos após a embarcação deixar o Porto do Trapiche, em Luís Correia.

Dentre os denunciados, três são estrangeiros. Roberto Menale e Alessandro Pasanisi são da Itália, e José Aníbal Aguiar é de Portugal. Outros dois são naturais do Estado de São Paulo – Valdir Pedro e Paulo Rogério Prado – e o último é de Mato Grosso do Sul – Marcos Luiz Guedes.

De acordo com estimativas da PF, a mercadoria ilícita poderia render aos traficantes 20 milhões de euros.

Os seis foram denunciados à Justiça Federal pela prática dos crimes de associação para o transporte internacional de drogas, uso de documentos falsos e porte ilegal de arma.

As investigações indicaram que o veleiro, denominado “WIZ”, foi comprado por Alessandro Pasanisi, em março deste ano, na Itália.

Antes de aportar em Luís Correia, o veículo passou por Madagascar, Venezuela e Guiana Francesa, o que para o MPF/PI demonstra que o objetivo dos acusados era realizar o tráfico internacional de drogas.

Segundo a denúncia, Pasanisi e José Anibal zarparam do Porto do Trapiche, ao meio-dia do dia 24. Eles foram presos pela Polícia Federal quando já estavam a 1.500 metros de distância da costa marítima. Para realizar a operação, a PF contou com o apoio da Marinha do Brasil.

Os 270 kg de cocaína estavam embalados em sacos plásticos, guardados em onze sacolas de viagem que estavam empilhadas sobre duas camas no dormitório da embarcação. Além das drogas, os policiais federais também encontraram uma pistola, um carregador e munição em poder de Pasanisi, que não apresentou autorização para portar armas.

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(Foto: Tacyane Machado/proparnaiba.com)

 

Os outros integrantes da quadrilha foram presos no mesmo dia, num restaurante de Piripiri. Quando já se encontravam na sede da PF em Parnaíba, o acusado Marcos Luiz Guedes apresentou documentos falsos, no intuito de ocultar sua verdadeira identidade.

Conforme a denúncia do MPF, o grupo era comandado pelo italiano Roberto Menale, que era o responsável pela organização e divisão de tarefas.

Paulo Rogério era o articulador do transporte da cocaína pelo território nacional, até Luis Correia. Foi ele quem arregimentou Valdir Pedro e Marcos Luiz para cuidar da logística terrestre da droga.

As investigações feitas pela PF concluíram que o veleiro utilizado pela quadrilha ficou ancorado no Porto do Trapiche durante quase um mês. Nesse período, os acusados mantiveram contatos pessoais e trocaram mensagens por meio de aparelhos celulares. Alguns integrantes encontraram-se num sítio de Luís Correia.

De acordo com o MPF, “não há dúvidas de que a associação dos acusados era estável – já que demandou planejamento para que estivessem no litoral piauiense no mesmo período – e que o destino da droga era o exterior, tendo em vista a utilização de um veleiro com capacidade de navegar em águas internacionais, além da clandestinidade da permanência de Alessandro Pasanisi e José Aníbal no território nacional”.

Penas podem chegar a 30 anos

O MPF pediu a condenação dos seis acusados à pena de 3 a 10 anos de reclusão e 700 a 1200 dias-multa pelo crime de associação para o tráfico internacional.

Além disso, a denúncia propõe que os réus Roberto Menale, Valdir Pedro, Marcos Luiz Guedes e Paulo Rogério também sejam condenados a uma pena de 5 a 15 anos de reclusão e 500 a 1500 dias-multa, por participarem da logística e do transporte da cocaína dentro do território nacional.

Por transportarem a cocaína a bordo do veleiro, Alessandro Pasanisi e José Anibal podem ser condenados a mais uma pena, que varia de 5 a 15 anos de reclusão e 500 a 1500 dias-multa.

Marco Luiz Guedes também poderá ser condenado a até mais 5 anos de reclusão, por utilizar documentos falsos. E Alessandro Pasanisi pode ser condenado a até mais 4 anos de reclusão e multa, pelo crime de porte ilegal de arma de fogo.

Antecedentes criminais

Valdir Pedro e Marco Luiz Guedes já foram condenados por outros crimes. Este último está foragido da Justiça de São Paulo desde 1999.

O MPF do Piauí solicitou à Justiça que oficie ao Juízo de Direito das Comarcas de Campinas (SP), Jundiaí (SP) e Sumaré (SP) para que encaminhem certidões de antecedentes criminais dos réus, especificando as ações penais em curso e as que já transitaram em julgado.

O acusado Paulo Rogério encontra-se recluso em unidade de penitenciária do município de Campinas (SP), em cumprimento a mandado de prisão preventiva expedido pelo 1ª Vara Criminal de Porto Seguro (BA). O MPF também solicitou à Justiça que oficie aos Juízos de Direito de Campinas (SP) e Porto Seguro/BA para que encaminhem certidões do antecedentes criminais de Paulo.

Os outros cinco réus encontram-se encarcerados na Penitenciária Mista de Parnaíba.

 

Portal O DIA

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