Após um ano atendendo no Núcleo de Apoio à Saúde da Família, o psicólogo relata que pode perceber que os profissionais que fazem a segurança pública da cidade de Oeiras, ficam a mercê, das ações e atividades coletivas de saúde, motivo que levou o profissional a voltar o olhar para este público e desenvolver um projeto de apoio e atenção psicológica para os mesmos.
“A atividade da policia militar tem sua atribuição definida na Constituição Federal de 1988, prevista no artigo 144, que dispõe sobre segurança publica como dever do estado, direito e responsabilidade de TODOS, é exercida para preservação de ordem pública, da comunidade, das pessoas e do patrimônio, cabendo a policia militar, a atividade de policia ostensiva e de preservação de ordem pública (BRASIL, 1988).”
Com isso, se é responsabilidade de todos, decidi deixar a minha contribuição, partindo do princípio de que as situações de trabalho policial exigem controle das emoções, decisões rápidas e obediência cega aos manuais de instruções.
“Estudos científicos apontam que nesta profissão é crescente o numero de estresse ocupacional, que podem desencadear consequências danosas à saúde física, mental, às suas relações familiares sociais e profissionais”, esclarece o psicólogo, João Marcos Amorim.
O objetivo geral do projeto é promover a prevenção do adoecimento mental de militares ativos que integram o 14° BPM, quanto aos objetivos específicos. João Marcos refere que os mesmos versam sobre a necessidade de intencionar e reforçar a importância e os cuidados com a saúde mental, bem como minimizar a resistência dos policiais militares em ter que buscar ajuda de profissionais especializados evitando o adoecimento de doenças físicas e mentais.
Para viabilizar a escrita do projeto, inicialmente o profissional articulou um diálogo com o comandante do 14° BPM, Coronel Assis, que prontamente acatou e percebeu a relevante necessidade e as contribuições do projeto, ressaltando a importância do respeito ao regimento militar, reforçando a hierarquia e a disciplina.
A execução do projeto vem acontecendo na sede do batalhão, localizado na Praça João XXIII desde o dia 13 de maio de 2019, uma vez por semana, neste caso, nas sextas-feiras às 07h00minh da manhã, logo após a parada matinal da guarda.
As intervenções realizadas pelo Psicólogo João Marcos Amorim estão baseadas na técnica de grupos focais, buscando favorecer a interação para motivar percepções, sentimento e atitudes acerca da importância dos cuidados com a saúde mental.
Foram trabalhadas várias temáticas como estresse no trabalho, sono e vigília, inteligência emocional e várias dinâmicas de grupo que intensificam a importância do relacionamento interpessoal no trabalho.
“Tem sido uma satisfação imensurável, estar com aqueles que fazem a segurança pública na nossa cidade, mas a falta de recursos humanos, financeiros e participação do Estado e de pessoas, profissionais, interessados em contribuir com a qualidade de vida daqueles que correm riscos de vida param nos proteger ainda é muito grande. Ao conversar com o Coronel Assis e com alguns militares, relataram-me a necessidade extrema de profissionais que possibilitem o desenvolvimento de ações, atenção e apoio mesmo, e que até o presente momento eu seria o primeiro profissional a estar fazendo isso voluntariamente. Em meio aos desafios, sigo com o coração alegre e grato para que este projeto possa interessar ao legislativo municipal, estadual e federal, tornando-se quem sabe, um projeto piloto”, finalizou João Marcos Amorim.
Por João Marcos Amorim
