Amigos e familiares de vítimas e entidades ligadas aos direitos da mulher realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira (21) no Centro de Teresina. O ato pediu atenção da sociedade e mudança nas políticas públicas para combater os feminicídios no Piauí. Somente nestes primeiros meses do ano, o total de casos registrados pela Secretaria de Segurança Pública já superou todos os feminicídios ocorridos em 2017.
A concentração do ato teve início às 8h na Praça da Liberdade, Centro da capital. O grupo, formado por pelo menos 100 pessoas segundo a organização, seguiu pela avenida Frei Serafim e fechou a ponte Juscelino Kubitschek parcialmente por cerca de 20 minutos, às 9h40.
Ao final, os manifestantes fizeram o cordão o nome e citaram o nome de algumas das mulheres que foram mortas por seus companheiros este ano no Piauí. O ato encerrou por volta das 10h.
Participando do protesto estava Elisete Coutinho, amiga da cabeleireira Aretha Dantas, morta em maio deste ano a facadas. A polícia indiciou e o Ministério Público denunciou o ex-namorado como autor do crime.
“Temos acompanhado os casos e queremos justiça e que mude essa realidade da violência contra a mulher. Que elas não fiquem caladas e denunciem”, disse a amiga.
Juliana Amorim, prima de Gisleide Alves Santos, também morta esfaqueada, participou do protesto pedindo que as pessoas se mobilizem. Ela foi morta pelo namorado que conhecia havia apenas 15 dias.
“É preciso que façam mais para prevenir o feminicidio porque mesmo com tudo o que temos hoje ainda é uma realidade. Queremos que a população veja esses casos de perto e se mobilize para acabar com isso”, declarou.
Políticas públicas
Cláudia Modesto, da Frente Popular de mulheres que lutam contra a violência doméstica e o feminicídio informou que, além da manifestação, os grupos vão entregar uma carta aos governantes cobrando medidas.
“Foram cinco mortes de mulheres em uma semana. Queremos polícias públicas para as vítimas de violência doméstica, uma resposta da prefeitura e do governo do estado. Porque o que está acontecendo é uma chacina e nada é feito”.
A militante afirmou que é necessário fazer muito mais do que incentivar denúncias. “Denunciar é muito fácil, mas e depois da denúncia o que acontece?”, questionou Cláudia Modesto.
Fonte:G1