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Grupos que fraudavam vestibulares de medicina atuavam no Piauí

 

foto 5273 18946Os grupos criminosos que fraudavam vestibulares de medicina tinham ramificações no Piauí. Durante a Operação Calouro, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira, dia 12, foram cumpridos mandados no Estado. A PF, no entanto, não revela se pessoas foram presas em território piauiense.

Ao todo, foram expedidos 70 mandados de prisão e 73 mandados de busca e apreensão. As ordens judiciais partiram de Vitória, capital do Espírito Santo, onde as investigações foram iniciadas.

Mais de 290 policiais federais foram mobilizados em 10 estados (Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins, Rio Grande do Sul, Acre, Mato Grosso e Piauí) e no Distrito Federal.

As investigações apontam que sete quadrilhas atuavam em todo o país. Segundo a PF, as organizações eram “altamente especializadas, lucrativas, organizadas e disseminadas”. No período de um ano e meio, entre 2011 e 2012, 54 diferentes provas de vestibular em medicina foram fraudadas em todo o país. Quarenta e cinco instituições de ensino foram afetadas.

Os grupos agiam em duas frentes. Em uma delas, pessoas com documentos falsos faziam as provas no lugar dos candidatos inscritos. Já na mais sofisticada, os gabaritos das provas eram distribuídos por meio eletrônico aos alunos. A primeira opção custava entre R$ 45 mil e R$ 80 mil e a outra variava entre R$ 25 mil a R$ 40 mil.

O delegado Leonardo Damasceno, chefe do Núcleo de Inteligência Policial do Espírito Santo, revelou que uma das quadrilhas já atuava há 20 anos. Entre os líderes que comandavam as ações criminosas, foram identificados um engenheiro formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e um médico.

Na hierarquia das organizações havia a figura dos “pilotos”, responsáveis por fazer as provas no lugar dos candidatos ou responder às questões rapidamente para enviá-las. Geralmente alunos de medicina de instituições federais atuavam nessa função. Eles ganhavam cerca de R$ 10 mil por gabarito feito ou R$ 5 mil por candidato aprovado. Existiam também os “corretores”, que “vendiam” a oferta de fraudes a vestibulando. Muitos eram profissionais da área de saúde.

Em nota, a Superintendência da PF no Espírito Santo disse que “a nocividade das quadrilhas que fraudam vestibulares, seja para as instituições, que são ludibriadas em seu processo de seleção dos melhores alunos interessados no ingresso, seja para o meio médico, que recebe profissionais completamente alheios aos princípios éticos, seja para a saúde pública em geral, que será atendida por profissionais com sérios desvios de conduta”.

Portal O DIA

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