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Relatório do Ministério da Saúde aponta aumento da cobertura vacinal no Piauí

Reprodução/Agência Brasil

O Piauí registrou um aumento da cobertura vacinal em 2023, os dados foram apresentados pelo Ministério da Saúde em balanço preliminar divulgado na última quarta (19). De acordo com o órgão as vacinas tríplice viral, poliomielite e DTP, tiveram um aumento na cobertura em todo o estado. Os números mostram que a cobertura vacinal do estado ficou em 84,53%, sendo superior à média do Brasil que é de 73,93%.

Pelo levantamento, o Piauí foi o segundo lugar do Brasil e primeiro do Nordeste na cobertura das vacinas de febre amarela, tríplice viral D1, rotavírus e meningocócica. Os dados são de janeiro a outubro de 2023. Confira o calendário nacional de vacinação.

No âmbito nacional oito vacinas recomendadas do calendário infantil apresentaram aumento nas coberturas vacinais, quando comparado com todo o ano de 2022. Para as crianças com um ano de idade, os imunizantes contra hepatite A, poliomielite, pneumocócica, meningocócica, DTP (difteria, tétano e coqueluche) e tríplice viral 1ª dose e 2ª dose (sarampo, caxumba e rubéola) registraram crescimento. Também houve aumento na cobertura da vacina contra a febre amarela, indicada aos nove meses de idade. A alta foi registrada em todo o país.

Para a diretora de vigilância em saúde da secretaria estadual de saúde, Cristiane Moura Fé, a evolução na cobertura vacinal é crucial para o combate a doenças no estado.

“Dentre os processos que são oferecidos pelo SUS a imunização é a melhor forma de prevenção, é a forma mais garantida que nós temos para evitar o adoecimento por doenças imunopreveníveis. Nós temos o maior plano de imunização do mundo, que é o PNI do Brasil, através dele temos conseguido reduzir tanto o adoecimento como a morte de vários indivíduos em várias faixas etárias”, afirmou Cristiane Moura FéDiretora de vigilância em saúde da Sesapi.

A especialista faz ainda um alerta para os pais piauienses.

“Se os pais atendem o nosso chamado e vacinam as crianças não temos duvida de que é a melhor forma de proteção. A criança quando está acometida com algum agravo de saúde ela tem comprometimento do seu processo de desenvolvimento, é a fase de evolução mais rápida. Evitar doenças torna-se muito importante para o crescimento. As vacinas são públicas e só cabe aos pais atenderem o nosso chamado”, finalizou.

No estado, os índices estão em primeiro lugar em oito imunizantes: Hepatite A passou de 76,92% para 92,43%, Meningocócica- 1 ano saiu de 86,67% para 93,52%, Pneumo 10 aumentou a cobertura de 86,38% para 93,72%, DTP de 75,53% para 92,84%, VIP aumentou de 88,17% para 91,05%, VOP passou de 77,67% para 90,10%, Penta subiu de 88,86% para 90,41% e Hepatite B -6 meses, que passou de 88,86% para 90,42%.

Reversão da queda

O resultado representa uma reversão da queda dos índices vacinais que o Brasil enfrenta desde 2016, mesmo sem a consolidação dos dados para todo o ano de 2023. Os números foram apresentados em entrevista coletiva, nesta terça-feira (19), em Brasília, com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Conforme lembrou a gestora, o Movimento Nacional pela Vacinação – lançado pela pasta em fevereiro deste ano – já traz resultados vitoriosos.

“Quero dizer que o movimento pela vacinação venceu. Todos alcançamos juntos o objetivo de reverter a trajetória de queda das coberturas vacinais. A sociedade atendeu ao chamado e se incluiu nesse movimento”, destacou a ministra. “Hoje pudemos apresentar aqui um balanço do quanto avançamos. E gostaria de lembrar o que já disse a OMS: a vacina, junto com a água tratada, é o que garantiu a redução da mortalidade infantil e o aumento da expectativa em todo o mundo”, disse.

O avanço é fruto do planejamento multiestratégico adotado pela pasta desde o início da gestão – com a criação do movimento nacional, a adoção do microplanejamento, o repasse de mais de R$ 151 milhões para ações regionais nos estados e municípios e o lançamento do programa Saúde com Ciência.

Capilaridade melhora coberturas vacinais

O sucesso da estratégia de regionalização, a partir do microplanejamento, levou à melhora dos índices vacinais para a DTP em todas as unidades da federação. Além disso, 26 unidades federativas aumentaram a cobertura contra a poliomielite e da primeira dose da tríplice viral. Também: 24 estados tiveram alta na cobertura contra a hepatite A, meningocócica e segunda dose de tríplice viral; e 23 melhoraram a cobertura da vacina pneumocócica.

Ao longo de todo o ano, as equipes do Programa Nacional de Imunizações (PNI) percorreram o Brasil realizando oficinas com as secretarias de saúde e buscando soluções viáveis para a realidade de cada local. Entre as estratégias realizadas estão a imunização extramuros, ampliação do horário das salas de imunização e busca ativa de não vacinados. A ideia foi permitir que o município se organizasse e se planejasse considerando a sua realidade local. Neste sentido, a estratégia de imunização foi adaptada conforme a população, a estrutura de saúde, a realidade socioeconômica e geográfica.

Neste cenário, muitos estados se destacaram. É o caso do Piauí, que aumentou a cobertura da primeira dose de vacina tríplice viral, passando de 82,8% para 97,8%, assim como da poliomielite, que passou de 75,9% para 89,9%, e da DTP, que de 73,1% saltou para 92,8%. O Espírito Santo ampliou a cobertura da meningocócica: de 58,5% em 2022, cresceu 33,1 pontos percentuais em 2023, chegando a 91,6% de cobertura. Sergipe e Rio Grande do Norte ampliaram, respectivamente, 39,8 e 33,4 pontos percentuais na cobertura vacinal contra a febre amarela. Em Rondônia, a primeira dose de tríplice viral passou de 89,2% para 99,6%, atingindo a meta preconizada.

A nível nacional, ao comparar 2022 com 2023, a cobertura vacinal de hepatite A passou de 73% para 79,5%. O primeiro reforço da pneumocócica passou de 71,5% para 78% neste ano. A polio alcançou 74,6% de cobertura, ante os 67,1% do ano passado. Entre as vacinas indicadas para menores de 1 ano de idade, a que protege contra a febre amarela foi a que apresentou o maior crescimento, passando de 60,6% no ano passado para 67,3% neste ano, sendo que todos os estados registraram aumento de cobertura vacinal.

O cenário é ainda mais animador quando comparado o número de municípios que atingiram as metas recomendadas de cobertura vacinais. Neste ano, por exemplo, houve aumento superior a 48% no total de cidades que atingiram 95% de cobertura para a vacina DTP, passando de 1.467 em 2022, para 2.180 cidades em 2023. O mesmo aumento ocorreu para a cobertura contra a poliomielite: alta de 48%, saindo de 1.463 cidades em 2022 para 2.168 neste ano. Destaque também para a cobertura contra a hepatite A, com um avanço de 40%. Em 2022, 1.745 municípios brasileiros haviam chegado aos 95% preconizados para essa vacina e, agora, o número é de 2.446. “De forma geral, tivemos um incremento de 1/3 no número de municípios que alcançaram a meta de 95% em vacinas fundamentais para o calendário infantil. São mais de 2.100 cidades hoje com esse índice de cobertura, o que é maravilhoso”, pontuou Nísia Trindade.

Outro destaque foi a vacina contra o papiloma vírus humano (HPV), que desde 2014 apresentava queda no número de doses aplicadas. A cobertura subiu 30% neste ano, mesmo com o incremento na população para a qual a vacina deve ser aplicada nesse período. Além do microplanejamento, a vacinação nas escolas foi uma estratégia fundamental para este resultado positivo, especialmente quanto à vacinação de HPV. No total, 3.992 cidades brasileiras utilizaram a estratégia.

“Há muitos desafios pela frente. Mas todo esse avanço é decisivo e significativo, pois demonstra que juntos vamos conseguir com que o Brasil, que já tem 50 anos de PNI, recupere a sua cultura de imunização. Algo que é motivo de orgulho e de reconhecimento internacional”, finalizou a ministra.

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