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Res non verba

Na Casa de Fazenda Canela, em 1914, Benedito Francisco Nogueira Tapety (1890 – 1918) compôs o poema “De volta” no qual retrata a paisagem urbana de Oeiras. A certa altura, descreve: “Laranjeiras, Outeiro, Alto Belo, Bairro Alto, / E mais sítios que sobre a colina se estendem, / Cuja excelência aqui, nestes versos exalto, / São faróis que da infância as saudades me acendem.”

Em Oeiras, na gestão do prefeito B. Sá (1983 – 1988) foi construído o Conjunto Habitacional Ministro Marcos Freire, nome oficial. Obra financiada pela Caixa Econômica junto à Associação do Conjunto Verde Teto, denominação popular.

Projeto inovador, dotado de centro de convivência, praça, poços tubulares e serviço de abastecimento d’água próprio. Além das casas, é dotado de uma vasta área para o cultivo de horticultura, há muito desativada.

Foi ampliado com a edificação de novas moradias em terrenos contíguos que receberam calçamento. Há um Posto de Saúde. Comércio incipiente. Possui sistema de esgotamento sanitário, ultimamente. Fornecimento de água redobrado.

A expansão territorial da nossa urbe salta a olhos visto, mas de forma desordenada. Muito longe do que deveria ser. Loteamentos não cumprem normas técnicas, via de regra. O Plano Diretor é quase um palavrão.

“As verdes quintas do Mocha”, evocadas pelo escritor O. G. Rêgo de Carvalho estão desaparecendo. Não temos um único parque ambiental digno desse nome. O pior é que não há perspectivas neste sentido. Não nos é lícito apenas lamentar. Agir de forma preventiva eis a palavra essencial.

Gosto de fazer minha caminhada diária em diversos pontos da cidade, sempre à tardinha. Ontem (02.09.2021), bati pernas na região do Verde Teto. Por onde passei, cumprimentava os moradores que se postavam nas calçadas. Gente humilde. Muitas pessoas declinaram meu nome. Fiquei satisfeito, juro.

Constatei que a área de 04 hectares destinada à produção agrícola foi demarcada. Cada condômino caberá um lote medindo 7,30m X 110m, de um para o outro lado da rua, para fins residenciais. Estranha divisão!

No seu rastro, em breve, serão devastados nativos cajueiros, mangueiras, e outras frondosas árvores que formam aquela densa cobertura vegetal do citado bairro às margens da BR 230 (Transamazônica).

Esta iminente agressão natural deveria ser evitada se houver pleno exercício da cidadania, consciência crítica da sociedade, proativas ações por parte da municipalidade.

Visando a melhoria qualidade de vida da população, o terreno em comento deveria ser adquirido pelo município mediante prévia e justa indenização por óbvio motivo de interesse público.

Em decorrência teremos, certamente, a implantação do Parque Ambiental Verde Teto, área de lazer que a coletividade necessita e merece.

 

 

 

 

 

 

 

 

Por Carlos Rubem

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